sexta-feira, 17 de julho de 2009

Alfabetização, uma questão de métodos?

Na busca de uma melhor forma de ensinar, o professor vai à procura de um método, que, nessa perspectiva, é de suma importância, apresentando-se muitas vezes como solução para o sucesso ou o fracasso. Por isso, para discutir o processo de aprendizado da leitura e escrita é necessário buscar embasamento teórico para analisar as propostas de alfabetização aplicadas no Brasil. Inciaremos, então, apresentando sucintamente informações de diferentes métodos de alfabetização.
É sabido que por muitos anos o método para ensinar a ler escrever apoiava-se nas cartilhas, as quais seguem a lógica do sistema da escrita, isto é, de que com letras se formam sílabas, com sílabas se formam palavras, com palavras se formam frases e com frases se formam textos.
A contrução das cartilhas foram feitas servindo-se dos métodos sintáticos e analíticos.
Os métodos analíticos - partem da sentença ou das palavra para chegar às letras, passando pelas sílabas.
Os métodos sintéticos - começam pelas vogais e, logo depois, passam às famílias silábicas simples de uma consoante com uma vogal, introduzidas gradual e linearmente até sílabas complexas.
Em relação aos métodos, Ferreiro e Teberosky afirmam:

O método (enquanto ação específica do meio) pode ajudar ou frear, facilitar ou dificultar, porém não criar aprendizagens. (Ferreiro e Teberosky, 1991, p.29).
Emília Ferreiro fez uma crítica aos métodos e captou a vinculação marcante do cotidiano dos alunos em seus esforços de entender o sistema da escrita, quando se deu conta de hipóteses interessantíssimas que os aprendentes formulam gradativamente na caminhada para chegar a ler e a escrever.
As mudanças necessárias para enfrentar sobre bases novas a alfabetização inicial não se resolvem com um novo método de ensino, nem com novos testes de prontidão (particularmente livros de leitura). É preciso mudar os pontos por onde começamos o eixo central das nossas discussões. Temos uma imagem empobrecida da língua escrita; é preciso reintroduzir, quando consideramos a alfabetização, a escrita como sistema de representação da linguagem. Temos uma imagem empobrecida da criança que aprende: a reduzimos a um par de olhos, um par de ouvidos, uma mão que pega um instrumento para marcar e um aparelho fonador que emite sons. Atrás disso há um sujeito cognoscente, alguém que pensa, que constrói interpretações, que age sobre o real para fazê- lo. (FERREIRO).

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